domingo, 1 de janeiro de 2006

Adizabeba

Esse ano é ano de saias. De vestidos. De ser mais feminina. Até porque o calor em Niterói não me permite calças. Mas além disso, o feminino é mais suave e isso é o que espero que em 2006 seja diferente de 2005. Imagino esse ano com saia de rendas e pés descalços na areia fofa e branquinha, pisada pequenininha.

Também pretendo continuar um ardiloso trabalho que comecei ano passado: revisar meus valores; repensá-los, pesá-los e contestá-los. Aqueles que não forem refutados como se fosse uma discussão acadêmica são verdadeiros e meus, fruto de um trabalho de hata yoga, que é a yoga do diamante, uma cuidadosa lapidação interna. Aliás, acho que esse lance de valores tá muito ligado à família, afinal, é deles que aprendemos os primeiros.
E é um tanto complicado aceitar valores novos dentro de uma família que tem a mesma estrutura há tanto tempo. É como se fosse um prato novo na ceia de Natal, ou do primeiro dia do ano, que nem aqui. São tantas tradições, tanta fartura, parece tudo tão gostoso, pra que algo novo, pra que fazer diferente, já estamos habituados.
Mas então hoje eis que minha avó me surpreende: preparou adizabeba. Sobremesa nova, doce sabor novo. E todos iremos provar, degustar, e teremos opiniões, comentaremos e talvez ano que vem adizabeba novamente se encontre à mesa. Como um novo valor.

Pensei em falar de recomeços quando comecei a escrever também...mas de manhã eu e meu pai fomos buscar a vó e na volta demos um belo passeio de carro, em vários lugares que eu gosto. E vendo tantos prédios históricos de Petrópolis, alguns com história significante pra todos, outros só pra minha vida e fui pensando em quantos desses lugares eu já comecei algo e quantos recomeços foram precisos pra que essas construções, a maioria neo-clássicas, se tornassem o que são hoje. Recomeço ou começo não é algo pra hoje. Afinal, hoje é feriado e ninguém começa descansando, ninguém faz dieta hoje também.

Então, uma feliz continuação das nossas vidas! Já que o tempo é uma espécie de ilusão (é muito mais mágico e misterioso pra ser chamado só de ilusão).